Passo ante passo, vasto
mundo, mudo, os perigos,
por todos passo,
calmamente
Meu ninho eu fiz bem lá no alto
e vejo a terra me engolir
abro
os braços
e abraço
o fim que tiver de ser
pois se ele eu ver
sorrirei após entender
olhando numa trilha de passos
firmes
os caules
das folhas afiadas que cortam
rendem
todo o excesso de olhares maldosos
E passo
antes de cada passo
por eu e você
e vôo
BvS
17 junho, 2016
25 janeiro, 2015
Tem tempo?
Faz tanto tempo
a pergunta insiste
tantos tempos,
cada um no seu
mas é sempre o mesmo tempo
As pessoas vão morrendo
e eu tentando entender
se deus existe ou não
lembrando de amigos que se foram
amores que não vingaram
Tanto faz
tempos atrás
o tempo passava
igual
Aprendi a gostar do céu
céus atrás,
tanto faz
passavam iguais
Rostos me assombram
talvezes ou já revezes
tantas expectativas
tudo vai se encaixando
e eu já não entendo mais
te desconheço, me reconheço
mas me desfaço, de você me despeço
Porque, você sabe,
Tanto faz
Deus ou nada
Amor faz bem
Faz tanto tempo
a pergunta insiste
tantos tempos,
cada um no seu
mas é sempre o mesmo tempo
As pessoas vão morrendo
e eu tentando entender
se deus existe ou não
lembrando de amigos que se foram
amores que não vingaram
Tanto faz
tempos atrás
o tempo passava
igual
Aprendi a gostar do céu
céus atrás,
tanto faz
passavam iguais
Rostos me assombram
talvezes ou já revezes
tantas expectativas
tudo vai se encaixando
e eu já não entendo mais
te desconheço, me reconheço
mas me desfaço, de você me despeço
Porque, você sabe,
Tanto faz
Deus ou nada
Amor faz bem
14 janeiro, 2015
O teu meio abriu meu
peito
vi memória na novidade
que me contou
Os dois suspensos até
se encontrar
e então continuidade
assim a vida vai
completando-se com o
tempo
não vise subir
uma hora a atmosfera
congela a asa
então o chão é
destino certo
e o mar vai ser poça
rasa pra absorver a queda
ano que vem a gente se
vê e adiciona mais uns versos na nossa alma
percebi, bem lentamente
– pois assim é que fica bom
só deixa eu te ler de
dentro e sem pretensão
explicação é bom,
mas deixa ela pro mundo real
enquanto for eu e você
deixa o suor falar
26 dezembro, 2014
hardcore
a forma tanto faz
desde que a lança em sua mão encaixe
a desferir golpes mortais
que dos furos exalem cores próprias
resolvendo-se ao cair no chão
mate então o próximo tubarão
azul, ver, vermelho, tufão
em mãos só as linhas
meus riscos, seus riscos
só se completam quando os dedos se entrelaçam
poesia sozinha é fraca se nela não se apegam
amigos, cordas, batidas, distorções pra mesclar
descobrindo-se amigos, fazendo nas vidas de um
a importância do outro
desde que a lança em sua mão encaixe
a desferir golpes mortais
que dos furos exalem cores próprias
resolvendo-se ao cair no chão
mate então o próximo tubarão
azul, ver, vermelho, tufão
em mãos só as linhas
meus riscos, seus riscos
só se completam quando os dedos se entrelaçam
poesia sozinha é fraca se nela não se apegam
amigos, cordas, batidas, distorções pra mesclar
descobrindo-se amigos, fazendo nas vidas de um
a importância do outro
19 dezembro, 2014
menino arrumado
E hoje eu percebi que o desprezo que eu sinto pelas construções sobrepostas que compõem meu mundo é um desprezo pelo acúmulo desnecessário. Pra que mais ideias e teorias em um ambiente tão saturado?
E ai me dizem que estão tentando entender o mundo. Entender o mundo de quem, pra quem? Parece uma tentativa de validar a continuação do modelo. Uma bela validação, mas uma validação que mata, uma validação que ignora boa parte do que compõe o planeta. Esse lugar precisa da minha ajuda? Não.
Mas eu não pertenço a outro lugar, sou dai. Quem sou eu pra querer modificar algo fora disso?
Se não faço parte, não entendo de verdade, se não entendo de verdade não tenho nenhuma grande solução.
E ai?
Vou maltratando as pessoas, criticando e criticando e criticando. É uma cobrança sincera, se não fizermos algo no mínimo próximo do melhor possível, por que fazer? E nessa caminho vão ficando pedaços meus também.
Se são ruins os tiros à queima roupa uma vez por dia, imagina o que eu faço comigo mesmo ao longo dos meses.
Ao longo dos anos.
E ai que eu não sofro mais. Ficou pra trás. Do buraco no peito sai flor - sai mesmo, pode acreditar.
Meio torta, meio murcha, mas é flor de amor.
Ainda não sei como fazer, provavelmente nunca vou descobrir. Vou colocando em ordem o que caiu no chão,
vou desfazendo a mala, porque na última viagem a gente não leva nada.
E ai me dizem que estão tentando entender o mundo. Entender o mundo de quem, pra quem? Parece uma tentativa de validar a continuação do modelo. Uma bela validação, mas uma validação que mata, uma validação que ignora boa parte do que compõe o planeta. Esse lugar precisa da minha ajuda? Não.
Mas eu não pertenço a outro lugar, sou dai. Quem sou eu pra querer modificar algo fora disso?
Se não faço parte, não entendo de verdade, se não entendo de verdade não tenho nenhuma grande solução.
E ai?
Vou maltratando as pessoas, criticando e criticando e criticando. É uma cobrança sincera, se não fizermos algo no mínimo próximo do melhor possível, por que fazer? E nessa caminho vão ficando pedaços meus também.
Se são ruins os tiros à queima roupa uma vez por dia, imagina o que eu faço comigo mesmo ao longo dos meses.
Ao longo dos anos.
E ai que eu não sofro mais. Ficou pra trás. Do buraco no peito sai flor - sai mesmo, pode acreditar.
Meio torta, meio murcha, mas é flor de amor.
Ainda não sei como fazer, provavelmente nunca vou descobrir. Vou colocando em ordem o que caiu no chão,
vou desfazendo a mala, porque na última viagem a gente não leva nada.
12 dezembro, 2014
vidas e amores
pensamentos que foram passando
deixando gotículas por sobre as superfícies
penetrando
acariciando algo que dormia profundamente em mim
pensamentos que foram passando
deixando gotículas por sobre as superfícies
penetrando
acariciando algo que dormia profundamente em mim
tempo e sinceridade
foram se mesclando
noção de um criou urgência do outro
monstro brutal que surgia de dentro pedindo pela luz real das coisas
dos poros abertos saem mais que pelos, e
depositam-se neles também partes suas que ficaram ali
esquecidos pelo acaso bem vivido de dias bons
as vezes escuto você falar quando digo algo
e então só queria agradecer
por ter sempre deixado as luzes acesas para mim
foram se mesclando
noção de um criou urgência do outro
monstro brutal que surgia de dentro pedindo pela luz real das coisas
dos poros abertos saem mais que pelos, e
depositam-se neles também partes suas que ficaram ali
esquecidos pelo acaso bem vivido de dias bons
as vezes escuto você falar quando digo algo
e então só queria agradecer
por ter sempre deixado as luzes acesas para mim
05 novembro, 2014
a dor me joga no chão
a felicidade dói também
e a inércia que me salva
não é parte permitida no mundo onde vivo
eu espero, sinceramente,
que você nunca se sinta tão solitário quanto eu
que sofro inutilmente e nem é de fome ou com fogo
só mais um rondando pelos cantos
gostaria que tudo fosse melhor
e gostaria de que tudo dentro de mim virasse enfeite
para melhorar qualquer parte que tocasse
mas sou só mais um rondando pelos cantos
sempre buscando algo mais claro dentro de mim
as vezes nem consigo olhar em outros olhos
é tão tempestuoso, as janelas ficam embaçadas
falta um pouco de tato, um pouco de trato
a felicidade dói também
e a inércia que me salva
não é parte permitida no mundo onde vivo
eu espero, sinceramente,
que você nunca se sinta tão solitário quanto eu
que sofro inutilmente e nem é de fome ou com fogo
só mais um rondando pelos cantos
gostaria que tudo fosse melhor
e gostaria de que tudo dentro de mim virasse enfeite
para melhorar qualquer parte que tocasse
mas sou só mais um rondando pelos cantos
sempre buscando algo mais claro dentro de mim
as vezes nem consigo olhar em outros olhos
é tão tempestuoso, as janelas ficam embaçadas
falta um pouco de tato, um pouco de trato
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