28 fevereiro, 2011

O menino fugiu
e foi mais uma vez para o cais.
- Ei moço, quanto custa minha liberdade? Quero sair nesse mundão.
- Daqui garoto, nessa terra quente e cheia de ganancia, pra ver o céu tem é que morrer.
Olhou o mar e decidiu aceitar, num navio foi trabalhar. Era sol ou chuva, todo dia tinha o porão pra varrer e limpar.
Descobriu tudo que podia ser descoberto. Conheceu cada canto que conseguisse chegar. Quando o barco atracava em outro cais.
Mas sabia que isso não era bom. Havia vivido por várias vezes, sentimentos bons e verdadeiros mas porque então ainda ficava na cabeça a pergunta?
Ele queria descobrir qual era a grande duvida, a maior pergunta para ser respondida. Tinha certeza que essa era a pergunta que deveria ser feita. Mas onde ela estava?
Alguem já teria descoberto o que perguntar?
Pegou toda a existencia criativa que rondava ao redor dos passos que dava e saiu. Aquela parte já não era mais nova, onde ainda tinha de olhar?

17 fevereiro, 2011

Pode deixar
que eu vou la
por você
sei que não vai ter ferida
que não se feche com a vontade de sorrir
que você me da

Pode ser
que eu não esteja ai
ou que demore um pouco mais
faz pra mim um favor, só não vai embora

É você
com esses seus abraços
os seus defeitos e qualquer coisa mais
que me faz querer tentar
Não diz que não vai acreditar
queria poder te dar
tudo que eu já fiz nesses anos de vida
só pra você ver
que eu realmente fui la, porque eu disse pra você

10 fevereiro, 2011

Sozinho de novo
sem ninguem pra impressionar
nem ter com o que parecer
da pra pensar e tentar ver

Vejo que já não ficamos por perto
as vezes da medo
Não acho o ponto onde tudo mudou
e também não acho que seja culpa de alguem

Sinceramente bate uma pontada de tristeza
com três colheres de felicidade
por ver a roda rodar
pra nada ficar parado e morrer

Talvez seja essa coisa de evolução natural não planejada
O vento não sopra na mesma direção em todos os lugares

Passado o estranhamento inicial
sobra o susto e a vontade de tentar
manter agora sobre perspectivas diferentes
poder criar novas memórias com você

É diferente eu sei e mais dificil talvez
mas aqui do meu lado eu vou tentar
fazer essa coisa ainda viver
e ter um dia coisas a mais pra lembrar

08 fevereiro, 2011

São pedaços do que você tem tentado juntar?
Quantas vezes ainda vou te ver sentada sobre o sol?

Me perguntou onde foi que eu não entendi
pois só pode ser assim que se fez o fim

Os filmes felizes não nos enganam mais
e o alcool desce, mas não limpa nem desinfeta
essa mancha que ficou no sorriso
olha os arranhões na parede, não somos só nós aqui

06 fevereiro, 2011

China Town

O sol que se vai
E a poeira que sobe
junto das janelas
luzes vermelhas

Olhos já acostumados
deixam de ver
No meio dos perfumes
já nem sinto a memória me tocar

A fumaça só leva
Becos e viélas
Vidas e chances
Bocas e apatia

Deixar pra trás
Já é vélho pra tentar
Agora que tem alguem
deve cuidar

Todo dia, afundar na maré
ao abrir os olhos,
ter de se convencer

04 fevereiro, 2011

Não mais como antes

Veja só, não há o que perder
Então porque deixar tudo estagnar?

Paz e liberdade não foi o que o progresso me ensinou
Pra fazer acontecer você precisa estar la

Esse amor que só me dopa já não serve mais
Chega de só sonhar, já é hora de por o pulso em risco
E nenhuma pena vai diminuir sua glória de tentar

01 fevereiro, 2011

Por aqui
é tudo tão movimentado
Os prédios
Tomam conta de tudo
Os habitantes
tão despreocupados
Mas a impressão
é de que não passa de disfarce

Os lugares parecem tão calmos
acho que está tudo tão bem escondido
Porque insistem em piorar tudo?
Não vê que o objetivo das coisas é ser bom?
Todo esse seu pessimismo e falta de paz
O mundo é um lugar lindo e eu já não tenho medo de morrer